segunda-feira, 10 de abril de 2017

Um Ralo Financeiro: Carro (Parte 1)

E senta que lá vem história...

Eu, Jacqueline, adoro andar de avião, altura, escuro e falar em público. Essas coisas nunca me deram medo e, caso alguém diga "grandes coisas" saiba que tem mais gente que tem medo de falar em público do que de morrer. Essa introdução é só para aumentar minha autoestima para eu poder fazer uma confissão: tenho pavor em dirigir! Nunca desejei dirigir e nunca achei que comprar um carro fosse lá grande realização porque - eureka!- eu nunca quis dirigir. Daí que aos 19 ou 20 anos, meu padrinho me deu de presente um curso numa autoescola. Como na época eu só não desejava dirigir (a fobia veio depois), acabei aceitando por ser estranho recusar um presente desses.

Foi aí que descobri que direção é minha kriptonita. Eu fui muito bem nas aulas teóricas, passei bem na prova (favor não vir com o papo de "ah, todo mundo passa nessa prova" porque vou provar que não!) e lá fui eu começar na bagaça da aula prática. Eu me fudi! Descobri que numa autoescola quem nunca dirigiu só se fode porque o professor não quer ensinar nada, só quer corrigir a pessoa que já sabe dirigir, Descobri que autoescola é pra quem já dirige, inclusive. Eu nunca tinha botado meu bumbum no assento do motorista antes. E, pra botar pra fuder de vez, meu instrutor era impaciente e sempre gritava comigo. Nessa época, eu não fazia barraco pra fazer prevalecer meus direitos de consumidora (viu, Einsten?!)  e aguentei calada e cada aula eu contava os minutos pra me ver livre daquela tortura. Gente, como dirigir é perigoso! Como vocês conseguem fazer isso??? Vocês são suicidas! Hahahaha (to rindo por fora mas por dentro, na época, eu ficava nervosa). Eu queria aprender, pelo menos para não gastar o dinheiro do meu padrinho a toa, mas não deu. Eu sofria de verdade. Eu ainda paguei aula extra e o simulado do percurso pra mostrar que eu estava me esforçando, mas em vão.

Descobrindo minha fobia, fui pro dia da prova do DETRAN resoluta em cometer qualquer infração que sequer me fizesse sair com o carro. Aí eu reprovei e acho que nunca houve alguém tão liberto e feliz por reprovar. Meu pai, que estava comigo no dia, nem precisou me consolar tamanho sorriso que estava em meu rosto. Minha mãe comunicou a meu padrinho minha reprovação e ele ficou chocado por eu não querer tentar de novo, mesmo ele tendo se oferecido a pagar o meio DUDA e o aluguel do carro. Eu não queria nem fudendo!

Eu nem liguei para os clamores da família (exceto meu pai que compartilha o mesmo desdém por carros que eu) para continuar, que desistir não é legal, que carro não é luxo, é conforto, etc etc. Segui em frente ignorando tudo isso. Porque esse sonho nunca foi meu e viver o sonho dos outros é perda de tempo.

O post continua para justificar o "ralo financeiro" que mencionei no título.

23 comentários:

  1. EEEEEPA! BICHA NÃO!
    Olá Vera Verão, ops!? Quis dizer JAC!
    Me lembro quando fui tirar a carteira, pra mim a prova mais difícil foi a teórica, passei por 1 ponto kkk. E olha que eu tinha gabaritado um dos simulados da auto-escola. No dia da prova prática passei por um triz, pois quase queimei a faixa na hora da garagem.
    Sinceramente eu não sabia dirigir quando entrei na auto-escola, mas em compensação eu treinava com o carro aqui de casa durante o curso. Enfim deu tudo certo. Já pensou em andar de moto? Acho que a PCX da Honda combina com você.
    Abraços!

    Ahhhh. Antes que eu me esqueça, venha participar do Chat da Finansfera!
    http://finansferachat.blogspot.com.br/

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    1. Opa, Einstein!

      Eu tenho mais pânico ainda em moto, valha-me Deus! De carona eu vou de boa, contudo. Guiar eu só guio bicicleta mesmo...

      Obrigada pelo convite!

      Um abraço!

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  2. Também não gosto.

    Custa caro e te insere num ambiente caótico e repleto de retardado.

    Prefiro delegar meu transporte aos meus próprios pés e aos motoristas de ônibus, uber etc.

    Sei que pra muita gente é uma necessidade, mas da minha parte vou tentar evitar ter carro o máximo que eu puder.

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    1. Olá, Seu Madruga!

      Sem contar que as cidades mais desenvolvidas tem um transporte público tão eficiente que os habitantes não precisam de carros... Espere pela 2ª parte pra ver que só piora...

      Um abraço!

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  3. Jacque, um ebook para um livro de frases seria a melhor opção? Comprar ninguém compra livros de frases, é só pra divulgar mesmo. Depois de tudo registrado ai daria pra criar fã page no facebook e usar as frases com imagens pras pessoas compartilharem.

    Quando digo frases são trocadilhos, punchilines, linhas de efeito, engraçadas ou reflexivas, claro, tudo de minha autoria, tipo isso:
    " Vou costurar seus olhos, só assim vou ver seus pontos de vista"

    " Papai, o que eu posso te dar que é tudo o que vc procura?
    Ah, estuda minha filha, porque a aids ainda não tem cura..."

    " O cara é tão imprestável que foi o primeiro
    homem a fazer vestibular e prestar pra porra nenhuma"

    " Escolhe uma carta: Esquece, esqueci que você prestou pra porra nenhuma"

    " Você acha que eu vim do interior pra puxar o R mas estou puxando o seu tapete"

    Não precisa ser assim, agressivo, como acontece em batalhas, pode ser algo apenas reflexivo, etc...

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    1. Claro, mas assim também fica legal, afinal é ficção, não precisa ser "politicamente correto".

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  4. Carro é um mal necessário aqui no BR, infelizmente. Além de IPVA, já estou me preparando para a trolha do meio do ano de seguro e pneus novos.

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    1. Olá, Nerd.

      Talvez algum dia eu mude de ideia em relação a ter um carro (e pior: dirigir) mas por enquanto prefiro o transporte público. Me aborreço bem menos :p

      Um abraço!

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  5. o segredo da vida é meter o louco,nao tem porque ter medo.

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  6. Adquirir carro no Brasil é infelizmente como escrever "roube-me" na testa: preço do carro em si, flanelinha, IPVA, gasolina...

    Eu até gostaria de ter um, mas não dá.

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    1. Olá, Anon!

      Eu menciono vários gastos de um carro no próximo post, mas me esqueci do perigo de ter um. Se bem que aí ele empata com o transporte público... no fim estamos lascados mesmo haha

      Um abraço!

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  7. Infelizmente é um mal necessário, ai no RJ deve ser complicado pois transporte público é perigoso e andar de carro também, como diria Galvão Bueno Haja Coração rs

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    1. Olá, Stifler.

      Prefiro transporte público e, quando necessário, táxi ou Uber.

      Um abraço!

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  8. Carro não é indispensável, mas que faz falta aem alguns momentos, isso faz.
    Muitos eventos e lugares são acessiveis desde que você tenha carro, aliás muitos eventos são pensador por quem tem carro e pra quem tem carro.
    Isso vai desde festas de casamento, confraternizações de empreses entre outros. Geralmente a noite e em locais que muitas vezes são dificeis de chegar se você não for de carro. Fora algumas possíveis situações de "emergência".
    Tm ambém o fato de que o transporte público em boa parte do Brasil deixa a desejar. Enfim são vários pontos.
    Também não tenho carro mas acredito que não demora muito tempo terei que comprar um, mesmo que eu não use muito.
    E não poderia esquecer, pra homens a falta de um carro pode dificultar a vida afetivo/amorosa/sexual.
    Com todo respeito Jac, você como mulher deve sentir menos a falta que um carro pode fazer nesse sentido.

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    1. Olá, Anon.

      Sim, você mencionou um bom ponto: eu sou mulher e TALVEZ pra mim um carro pode não ter o apelo que tem para um homem. A sociedade tem algumas imposições para homens (assim como tem para mulheres) e chegar numa certa idade morando com os pais e não ter um carro pode ser um "problema" (não no meu ponto de vista, mas admito que muita gente possa pensar assim).

      Adorei a reflexão, obrigada por participar.

      Um abraço!

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  9. Cidade grande deve ser horrível. Se cidade pequena é ruim, cidade grande é pior.

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    1. Olá, Anon.

      Sim, é. Cidade grande tanto é ruim pra quem carro (uma droga pra estacionar, perigo de assaltos) quanto pra quem não tem carro (tranporte público precário).

      Um abraço!

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. A opção mais econômica e saudável é andar a pé ou bicicleta. Mas existem milhares de variáveis que nem todos podem ou querem faze lo. O transporte publico no Brasil é bárbaro, a primeira coisa que tira de todos que andam nele é o tempo, sorte daqueles que sabem interagir e se cuidar lá dentro. Carro significa status e é. Fora os carros para trabalho e frota. Mas o carro é liberdade, "quando" quitado em Todos os aspectos e com seguro. Gosto de motos potentes, mas é perigoso, é fácil morrer ou ficar sequelado. Tudo pode acontecer de errado em segundos no transito, tanto apé quanto de blindado. Aeronaves privadas existem e poucas pessoas desfrutam deste bem. Diferentemente de muitas outras nações por ai a fora que o povo tem acesso mais fácil. Vou ser sincero moça, um carro para trabalhar, outro para namorar e sair a noite, tipo um Peugeot RCZ. Carros são equivalentes a cavalos no passado...

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    1. Olá, Jaguar.

      Então, é um bom tempo que se gasta dentro de um transporte público, de fato. Aproveito para ler e tenho muito êxito nisso. E concordo, muita gente vê carro como status, mas poucos tem como bancar isso com qualidade (de que adianta ter um carro maneiro se nçeo tem grana para mantê-lo?)

      Um abraço!

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  12. Embora eu saiba dirigir, eu também nunca me interessei muito por carros nem nunca tirei o CNH. Tenho basicamente que lidar com dois problemas em relação a isso: 1- o transporte público no Brasil é uma merda, ah se eu morasse numa cidade desenvolvida como New York; 2- Na cultura brasileira um CNH equivale a dois doutorados, de modo que já presenciei analfabetos "zoarem" professores doutores que nunca tiraram a tão objetiva habilitação para dirigir.

    Abraços.

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    1. Olá, Astrounauta!

      O marido da minha avó é analfabeto total, desses que nem o nome assina e dirige extremamente bem (sem carteira e com o carro todo fudido, vida louca ele). Ele é um exemplo clássico de como existem múltiplas inteligências. Eu sou um zero à esquerda pra carros hahaha

      Um abraço :)

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Não fale com os outros o que não gostaria que falassem com sua mãe.