sexta-feira, 17 de março de 2017

Que Geração Chata! - Parte 1

Olá, olá.


Inspirada numa postagem no blog Conhecimento Financeiro, resolvi falar um pouco sobre como tenho notado a péssima formação dos millennials e os da Geração Z. Uma breve explicação sociológica para quem não sabe o que são esses termos: millennials – também chamados de Geração Y – são os nascidos entre o fim da década de 1980 e metade da década de 1990 e a Geração Y sõa os nascidos a partir de 1995. Você pode encontrar algo um pouco mais abrangente e não muito maçante aqui e aqui. Vou dividir esse post em partes e vou iniciar falando sobre mim.

Bom, eu sou uma millennial nascida em 1991. Sou de um período maravilhoso no qual havia brincadeiras ao ar livre, brinquedos old school e uma outra novidade tecnológica. Joguei Super Mario World, mas também brinquei de bonecas. Fiz pesquisas escolares usando enciclopédia Larousse e aos poucos fui trocando pela Internet. Eu nasci com um celular na mão, fui acompanhando sua popularização com o passar dos anos - nos anos 90 celular era uma coisa feia, grande e de rico.

Quanto à educação que tive, não posso me queixar: mesmo sendo filha única e tendo as regalias desse posto, nunca me estragaram. Meu pai, quando era criança, tinha dois empregos (tipo o Julius Rock) e um deles era como professor em uma escola particular. Nessa escola eu estudei até a 2ª série do primário (seja lá como chamem isso hoje em dia) mas aí a escola faliu e fui mandada pra uma escola pública. Minha vida aos 8 anos foi do céu ao inferno, mas não pelo fato de a escola ser pública. É que eu estudava de manhã e nessa escola só tinha vaga à tarde, aí minha rotina mudou totalmente e eu sempre gostei de acordar cedo. Odiava passar a tarde na escola e depois chegar em case de noitinha, aquilo era um pesadelo... Porém nem tudo foi ruim, porque aprendi algumas coisas novas: a comer de tudo (na escola particular eu comprava ou levava lanche de casa, na pública minha mãe mandava eu comer o que tinha lá), a socializar mais (na particular minha turma tinha 6 alunos no total, na pública uns 30) e que nem tudo é como eu queria (haja vista a troca de horário). 

No ano seguinte, consegui ser trocada para o período da manhã e a sorte voltou a sorrir pra mim. Da outra escola eu nem sentia falta porque - estranhamente - a escola pública era melhor: a gente cantava hino toda segunda-feira de manhã e nos outros dias umas músicas da MPB, ganhava uns materiais da prefeitura e tinha lanche grátis (não vou entrar no mérito dos impostos porque, veja bem, eu era uma criança na época e era assim que eu enxergava as coisas). O ensino, se bobear, era até melhor também porque eu não defiência alguma de conteúdo quando fui para o ginásio (seja lá como chamam isso hoje em dia). Em resumo, até o fim do Ensino Médio eu estudei em escola pública. Seja por muita sorte, seja por esforço meu e dos meus pais sempre estudei em boas escolas. No Ensino Médio, infelizmente, peguei greve de professor de química e física, mas o desfalque foi solucionado e o conteúdo dado depois. Em 2006 eu estava em uma escola pública que tinha ar condicionado e projetor, além de professores muito qualificados e empenhados - isso era uma riqueza na época. 

Como meus pais não pagavam escola, pagaram um curso de inglês, infomrática e rotinas administrativas, cada um a seu tempo. Eu conciliava bem os estudos e nunca tive notas baixas em matéria alguma. Até química e física, coisas que odeio até hoje, eu ia bem. Terminei a escola, passei um ano sem estudar (só mantendo os cursos extras) e depois entrei em uma faculdade particular no bairro onde morava, com bolsa de 100%. Paralelo a isso, aos 17 comecei a dar aulas de inglês como monitora e quando finalizei o curso comecei a colocar currículos para trabalhar na área. Foi um ano de muita entrevista (algumas minha mãe ia comigo porque eram lugares distantes) e em agosto de 2009 tive minha carteira assinada pela primeira vez. De lá pra cá trabalhei e estudei direto. Sempre gostei de estudar, na verdade, quando terminei a faculdade tratei de iniciar uma pós, pois sempre considerei Administração algo incompleto por ser muito generalista, então escolhi uma pós na minha área de atuação e foi uma boa opção.

Como professora, dei aula tanto para crianças quanto para adolescentes e adultos. Dado que estou há um bom tempo lidando com todo tipo de pessoas, tenho uma certa experiência para dizer que: oh gente frouxa esse povinho da geração Y e que gente sem bolas esse povo da geração Z! 

A continuação desse post fica para mais adiante. Nesse eu só queria me apresentar um pouco mais para dar um melhor pano de fundo para o que vou falar no próximo.

17 comentários:

  1. Sou da geração Y. E acho que você está generalizando moça! O mundo está mudando a cada dia, e as pessoas também.

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    1. Olá, Einstein!

      Como dito no texto, eu também sou geração Y. Ainda tem a segunda parte da postagem, nela justifico o penúltimo parágrafo ok?

      Um abraço!

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    2. Não vejo a hora de ler!
      Abraços!

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    3. Cara, é impossível escrever algo sem generalizar.
      O simples fato de vc ter se incomodado com o fato de ela ter generalizado só confirma a conclusão do texto.

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  2. Jaque, eu simplesmente odeio essas expressões geração Y, Z, Baby Boomers etc. Entendo como simplificações demasiadas de camadas etárias muito mais complexas que tais rótulos. Quanto aos millennials, somente vejo publicações negativas na net (a maioria material em inglês), mas discordo plenamente, não é o que vejo no meu dia a dia laboral, muitos membros dessa infame geração dão um banho na geração Z em diversos aspectos, notavelmente na questão de possuir maior afinidades com o uso de novas tecnologias... Bom, isso me inspira a escrever um post sobre isso, algo como "geração Y no serviço público".

    Dito isso, enfim, aguardando ansioso a parte 2.

    Abraços.

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    1. Corrigindo: "...dão um banho na geração X"

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    2. Olá, Astronauta!

      Bom, as denominações vem da Sociologia e para não deixar o texto muito denso, optei por algo mais simplista mesmo. Acho sim que a Geração Y é melhor que a Z, o que não significa que não necessariamente acho que seja boa, sendo os maiores responsáveis do "fracasso" de ambas as gerações os pais, coisa que explicarei no próximo post.

      Fico feliz pela inspiração :)

      Um abraço!

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  3. Por mais que as pessoas venham com esse papo de "acho uma bobagem isso de geração XXX" ou "isso é uma generalização besta", esse tipo de "agregação" por faixa etária tem sim fundamento.

    Sou de 90. Tive uma infância de certa forma parecida com a sua. Não era rico mas tb não passava fome. Estudei em escola pública no interior de minas até a primeira série e depois fui pra uma particular (ainda no interior, cidade com 20k habitantes hj).

    E foi isso que tb notei qdo entrei na faculdade. Tive muitos amigos na turma que vieram de outras cidades do interior e da capital (até alguns de outros estados). Por mais que todos tenham tido uma infância diferente e com backgrounds bastante diferentes era impossível não notar as incríveis semelhanças. Pessoas que estavam bastante afastadas geograficamente brincavam das mesmas coisas, conheciam as mesmas piadas, fizeram as mesmas cagadas, passaram por dificuldades e vitórias parecidas. Quando a gente conversava sobre isso parecia até que existia uma "força maior" que manipulava nossas vidas pra que elas tivessem tantas semelhanças.

    Gostei do seu blog, vou acompanhar.

    Abraço!
    PS: Como diz o pensador Arthur Petry: Jovem = Merda

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    1. Olá, Thiago!

      Essa "força maior" de fato existe e por isso é estudada na Sociologia. Não é um fator que limite, mas explica diversos comportamenttos. Um exemplo trivial sobre isso é o fato de as gerações Y e Z verem o homossexualismo como algo bem mais natural do que os baby Boomers, por exemplo. Isso não significa que nós da Y somos mais tolerantes e amistoso e os Baby Boomers são homofóficos e intolerantes, é só que na nossa geração esse tema foi muito mais debatido do que nas gerações anteriores. O pessoal da X, por exemplo já veio ao mundo com o debate do transgênero, binários etc. É questão de geração e não de caráter, por isso usar o termo "gerações" é bem pertinente.

      Seja bem vindo ao blog, obrigada pela participação.

      Um abraço!

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  4. Pessoa nascida em 1991 dizendo: "quando fui para o ginásio (seja lá como chamam isso hoje em dia)". Pô, nessa época não era mais ginásio há bastante tempo. Forçando a barra, hein...

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    1. Olá.

      Era "ginásio" que meus pais falavam quando me mandavam pra escola, não tem barra alguma forçada. Agora, se de toda a história o que prendeu sua atenção foi a forma que eu disse G.I.N.Á.S.I.O incomodou, você está perdendo seu tempo nesse blog.

      Beijos.

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Não fale com os outros o que não gostaria que falassem com sua mãe.