quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Da Minha Relação com o Dinheiro - Pt. I


Em meados de 2014 eu comecei a me interessar por finanças pessoais e resolvi poupar e investir dinheiro. Aprendi bastante sobre Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA e afins e criei uma conta numa corretora de valores e em um banco de investimentos, além de migrar minha conta essencial do Itaú para a iConta. Fiquei uns 5 meses tendo uma vida financeira regrada e juntei um dinheiro legal para o fim do ano. E aí veio a Black Friday, compras de Natal, festas de fim de ano... e meu dinheirinho foi todo!

De lá pra cá tudo o que eu ganhava eu gastava. Não ficava devendo, ficava no zero a zero. Minhas faturas do cartão vinham altas porque eu pagava tudo no cartão de crédito, mas como eu sempre tinha como pagar antes de vencer, pra mim estava tudo bem. Mas aí eu notei que era quase meu salário todo para pagar o cartão. Só não era todo porque o dinheiro para ajudar nas contas de casa era sagrado eu reservar, mas fora isso era tudo para pagar a fatura. Meu caos financeiro ocorreu em setembro-outubro-novembro do ano passado. Eu esqueci de pagar a fatura de setembro (um dia eu explico sobre como minha inteligência simplesmente travou por dois meses no ano passado) e isso virou uma bola de neve que só consegui extinguir de vez no mês passado.

Eu tendo a ser controlada com meus gastos, juro. Sou econômica (não sovina!) e gosto de medir o custo x benefício das coisas. Não à toa minhas matérias favoritas na faculdade de Administração era Economia (micro, macro) e Mercado de Capitais. Eu queria ter feito Economia; um dia, quem sabe, eu farei. Só que ao mesmo tempo que tenho capacidade para inteligência financeira tive alguns períodos de vazio na vida que eu supria comprando. Nesse post eu expliquei como gostava de sair do trabalho e ir direto comer alguma coisa como forma de compensação. Fazia a mesma coisa comprando roupas, calçados, bolsas e uma porção de coisas que enchiam meu guarda-roupa e quarto mas não enchiam algo dentro de mim. Eu estaria mentindo se dissesse que meu vazio está agora totalmente preenchido, mas de maneira muito honesta eu garanto que aprendi que seja lá qual for essa lacuna não são compras de consumo ou refeições fora de casa que a preenchem. 

E foi concluindo isso que no fim de novembro/2016 eu resolvi dar um basta ao consumo desenfreado. Eu tinha uma bola de neve no cartão de crédito a pagar, então tomei algumas decisões impopulares:
  • Peguei com o banco o adiantamento do 13º para pagar a fatura de dezembro. E ainda faltou uma parte...
  • Passei o mês inteirinho de dezembro comendo o que eu tinha em casa, levando pro trabalho e tals. Só houve um dia em dezembro que comi fora, R$ 4,00 de lanche porque eu não tive tempo pra tomar café da manhã e nesse dia eu trabalharia até tarde.
  • Não comprei quase nada nesse mês. E mesmo assim, o pouco que comprei foi pouco mesmo: barra de chocolate pro amigo oculto de uma turma que eu dava aula, uma pomada pra uma alergia que tive, os presentes pra uma criança que apadrinhei no Natal e o meu celular (que comprei por extrema necessidade como contei aqui). E só.
  • Para presentear a família no Natal, usei coisas que eu já tinha. Mãe e avó ganharam potes de vidro, hidratantes e caixas de sabonetes que eu tinha estocado durante o ano devido às compras por impulso. Meu pai ganho um perfume que comprei pra mim e nunca tinha usado. O marido da minha avó ganhou um cartão vale compras das Lojas Americanas de R$ 25,00 que eu tinha ganho e não tinha usado até então.
Aí consegui quitar tudo: fatura, juros da fatura, juros do empréstimo do adiantamento do 13º (saiu mais barato fazer isso a deixar vencer a fatura e pagar só quando viesse o 13º. No ano passado o bendito veio em uma parcela única, no dia 20/12). Como nunca tinha passado por isso, foi com muito desprazer que vi que na fatura de janeiro também tinha um resíduo de juros da fatura, mas como eu estava já no azul paguei de boas e ainda me sobrou dinheiro porque eu quase não usei cartão em dezembro. Tirei 20 dias de férias em janeiro e recebi por elas e fiquei rycha! num azul da cor de um céu de verão e tratei de começar a voltar a investir. Voltei pro Tesouro Direto, pro banco de investimentos, retomei meus estudos sobre economia e finanças e desde então só tenho a aproveitar o saldo positivo.

O cartão de crédito eu continuo usando, mas com muita sabedoria. Sabe o celular? Eu chorei com o gerente da loja um desconto porque pagaria à vista, mas ele disse que o preço seria o mesmo, então parcelei a compra num monte de vezes só de raiva e joguei o dinheiro que eu tinha para pagar à vista na poupança. Sim, sei que o dinheiro não vai render nada,mas o ponto aqui foi ganhar pontos com o o uso do cartão e já ter o dinheiro reservado para pagar as parcelas já que não me foi dado desconto à vista. Como anoto todos os meus gastos (até um ocasional café entra no caderninho), no fim do mês eu sei exatamente quanto vou pagar na fatura e já me programo. Outra coisa: meus cartões de crédito (sim, no plural. Tenho 2, mas o meu Nubank eu nunca uso, só mesmo quando terei alguma vanatagem em relação a data que a fatura fecha) são sem anuidade e não pago taxa alguma ao banco. Eu fui trouxa no ano passado, mas não trouxa a esse ponto hahaha. Eu sempre achei que era o banco que devia me pagar por ser cliente deles e nao contrário, então me recuso a pagar para usar uma conta bancária e cartão de crédito. Na internet tem vários blogs e vídeos no Youtube explicando como conseguir essas isenções, só dar uma pesquisada.

O post está muito longo, vou continuar com essa história em outra ocasião para não ficar tão maçante. Até lá, fica reflexão sobre como tem sido seus gastos com o cartão de crédito :)

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